15 de julho de 2009

Convivendo com a realidade

Pois é, quando penso que já me deparei com tudo nessa vida, surge algum elemento novo e me mostra o quão inocente ainda sou.
Assistindo ao telejornal de menor exigência da Rede Globo, o Jornal Hoje, percebi o quanto nossa dura realidade, apesar de assustadora, é conduzida com tanta naturalidade.


Tema da reportagem: aprenda como agir caso seja surpreendido por um tiroteio.
Não, infelizmente, você não leu errado.
Pergunto eu. Tudo bem que o número de vítimas por balas perdidas é alarmante. Mas cabe a um veículo de comunicação, que tem alta visibilidade e um padrão qualitativo, elaborar esse tipo de matéria?
É o atestado comprovado e assinado da incompetência da mídia brasileira.


Pensando melhor, o título poderia ser outro: Aprenda a conviver pacificamente com a violência.
Ou: Manual eletrônico da bala perdida.

O papel da imprensa, a meu ver, tem outra conotação. Ela deve questionar, indagar, pressionar; mostrar uma vertente que as pessoas não têm acesso.
Essa reportagem, afinal, ratifica o posicionamento contrário da coisa.

O link para que tirem suas próprias conclusões:

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1080581-7823-APRENDA+A+AGIR+CASO+SEJA+SURPREENDIDO+POR+UM+TIROTEIO,00.html


E olha que o Evaristo Costa tentou dar um ar de seriedade à coisa. Se Sandra Annenberg estivesse presente, ela o faria dando risada, isso é fato.

9 de julho de 2009

Gay Talese


Terça-feira, dia 07/07, no Masp, tive o privilégio de participar de uma palestra com um dos ícones do jornalismo: Gay Talese. Bom, sou meio suspeito para dizer se aprovei ou não, já que sou um grande fã desse talento literário.


De qualquer forma, dois pontos do seu discurso altamente enriquecedor me despertaram a atenção. O primeiro deles foi referente às coisas que o motivaram a escrever. Gay começou sua carreira no jornal "The New York Times", como repórter esportivo. Fazendo a cobertura de um luta, passou a se interessar não pelos lutadores e o combate, mas sim pelo árbitro que exercia essa função há mais de 25 anos.
Enviado a uma partida de futebol americano, estava pouco se importando com o jogo em si, mas com a beleza exorbitante da grama; quem a cortava e tomava conta dela?

Senti uma enorme felicidade ao escutar isso. Quem acompanha esse blog sabe que, às vezes, costumo escrever e, por que não, descrever sobre coisas fora do contexto real.

Outra parte bem bacana, mas não muito inovadora, foi o momento em que foi questionado sobre o que significa ser um bom jornalista. De maneira calma, tranquila e muito inspiradora, o norte-americano respondeu: "It's only necessary to be able to tell a good story".


"Ser capaz de contar uma boa história". Se isso for primordial para continuar seguindo meu caminho, acho que estou no rumo certo...


5 de julho de 2009

Enquanto isso, lá na Região Norte...

Não, eu não vou falar sobre o Michael (prontofalei!).

Tá bem, eu ouvi Michael na minha infância (não sou tão idooosa assim), imitava sua clássica dancinha no meio da sala no domingo a noite assistindo seus clipes no Fantástico e acompanhei sua decadência recente.

(Prontofaleidenovo!)

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Também não vim dizer nada sobre o Tricampeão Corinthians, que este ano vem me enchendo de orgulho... (essa eu não podia deixar de mencionar, rs).




Bom, isso não vem ao caso. Vamos olhar um pouco para o que nos afeta?
Ouvi há um semana no rádio um leve veneninho sobre o nosso último militar (e eu sou o bozo!) José Sarney... Veneno que retrata fielmente o caos do estado do Maranhão.

"O dono do ´Pudê´


No Maranhão...
- Para nascer, Maternidade Marly Sarney;
- Para morar, escolha uma das vilas: Sarney, Sarney Filho, Kiola Sarney ou, Roseana Sarney;
- Para estudar, há as seguintes opções de escolas: Sarney Neto, Roseana Sarney, Fernando Sarney, Marly Sarney e José Sarney;
- Para pesquisar, apanhe um táxi no Posto de Saúde Marly Sarney e vá até a Biblioteca José Sarney, que fica na maior universidade particular do Estado do Maranhão, que o povo jura que pertence a um tal de José Sarney;
- Para inteirar-se das notícias, leia o jornal O Estado do Maranhão, ou ligue a TV na TV Mirante, ou, se preferir ouvir rádio, sintonize as Rádios Mirante AM e FM, todas do tal José Sarney. Se estiver no interior do Estado ligue para uma das 35 emissoras de rádio ou 13 repetidoras da TV Mirante, todas do mesmo proprietário;
- Para saber sobre as contas públicas, vá ao Tribunal de Contas Roseana Murad Sarney (recém batizado com esse nome, coisa proibida pela Constituição, lei que no Estado do Maranhão não tem nenhum valor);
- Para entrar ou sair da cidade, atravesse a Ponte José Sarney, pegue a Avenida José Sarney, vá até a Rodoviária Kiola Sarney. Lá, se quiser, pegue um ônibus caindo aos pedaços, ande algumas horas pelas 'maravilhosas' rodovias maranhenses e aporte no município José Sarney.

A propósito...

Não gostou de nada disso? Então quer reclamar? Vá, então, ao Fórum José Sarney, procure a Sala de Imprensa Marly Sarney, informe-se e dirija-se à Sala de Defensoria Pública Kiola Sarney...

Seria cômico se não fosse tão triste...."

Pois é. Agora me diz: o que eu faço com o Dia do Fico?


Fonte:http://www.primeiroprograma.com.br/site/website/news/show.asp?nwsCode={3F8F833D-35B3-457B-B23C-F1FC852FC663}