27 de maio de 2009

Um pouco dos meus devaneios...

Um vazio cortante
Um temporal incessante
Incendeiam meu peito.
Esse olhar perdido e, à tiracolo, a falta de abrigo
Consomem meu coração de modo a penetrar na alma.
E recolho-me, busco meu eu.
Sinto e vejo o tempo passar
Aguardando o exato momento
Em que eu possa agir com precisão...
O medo mora ao meu lado.
Quando eu agir, ou não,
As portas se abrirão (aquelas que me levam a você, e aquelas que estão dentro de mim)
Meus pensamentos voam, livres e retornam a mente.
Estou sozinha, novamente.
Em busca de um instante devaneiar
Em busca à fuga da emboscada
Em busca da busca em me encontrar.

25 de maio de 2009

Ouvidos corintianos

Olhe, ou melhor, escute, confesso que não estou muito habituado a falar sobre sons, barulhos e ruídos. É que diante daquela situação tão calorosa, foi impossível deixar de sentir algo.
Eram gritos das mais diferentes entonações, vocabulários dos mais diversos portes; tudo conspirava a favor e dava vida ao ambiente futebolístico.

A emoção veio à tona com o eco da torcida, o movimento da bandeira e o hino do Sport Club Corinthians Paulista. Embora não tivesse muitas pessoas no estádio, a essência de cada som era externada, transformando-se em uma adrenalina incomparável.
Eis, então, o apogeu sonoro: o gol. Uma maravilha, diga-se de passagem. Vozes emergiram subitamente e seguiram o coro constante da mesma nota musical.

Foi então que percebi que tudo ali estava intensamente conectado. O som da criança chorando, os berros exorbitantes do vendedor de amendoim, os gritos e batuques permanentes das torcidas organizadas, os xingamentos e palavras de baixo calão: tratava-se da magia do ambiente. Nada seria igual, caso faltasse algum desses elementos. Por um momento, tentei minimizar tal importância, prestando atenção apenas no jogo. Mas quem disse que a partida independia dos aparatos listados acima?

O barulho apoteótico veio com o segundo gol do Corinthians. Naquela hora, foi por água abaixo toda e qualquer relutância que negligenciava o som. Outro sentido também recebeu influências, a visão: tudo estava muito mais belo e perceptível. Nem o gol adversário conseguiu diminuir o ímpeto ensurdecedor de todos que estavam ali.
O apito final do árbitro tratou de dar fim à música involuntária. Tampam-se os ouvidos e encerra o espetáculo.

4 de maio de 2009

Sentimental, melancólico...


"Não receberás meu amor e, consequentemente, meu carinho.
Não terás meu ódio, rancor ou mágoa.
Não esboçarei um sorriso ou uma gargalhada contagiante.
Não te olharei com desprezo e muito menos com desdenho.
Não escutarás palavras ríspidas e, tampouco, bonitas e sinceras.
Não merecestes nenhum indício dos meus sentimentos, sejam eles bons ou ruins.
Terás, sim, o meu silêncio.
Que ele seja a sua e a minha resposta.”

Esses versos podem não significar muita coisa. A imagem muito menos.
És um elo temporal e sentimental que não volta mais, NUNCA MAIS!