Nessa semana, realizei um grande sonho. Conversei e entrevistei um dos líderes do movimento secundarista em 68. Bernardo Joffily, editor do portal vermelho.org, abrilhantou ainda mais a relação jovem/política. Esse texto, portanto, faz uma reflexão sobre o envolvimento dos jovens com a política na atualidade. Cabe a nós pensarmos sobre isso.
Mediante tamanha passividade e, de certa forma, conformidade, chego à conclusão de que minha mente se sentiria muito mais aliviada, caso tivesse nascido em 1947. A frustração seria um tanto quanto menos densa, já que no tão aclamado e saudosista ano de 1968, teria a mesma idade que me encontro nos dias atuais: 21 anos.
Mediante tamanha passividade e, de certa forma, conformidade, chego à conclusão de que minha mente se sentiria muito mais aliviada, caso tivesse nascido em 1947. A frustração seria um tanto quanto menos densa, já que no tão aclamado e saudosista ano de 1968, teria a mesma idade que me encontro nos dias atuais: 21 anos.
E quem conseguiria imaginar que tal representatividade numérica pudesse ter conotações tão antagônicas? Ter 21 anos, em 1968, significava fazer parte de uma época em que os jovens questionavam, refletiam e reivindicavam.
O número 21 ia além do padrão juvenil estereotipado. Ele era sim um sinônimo de lutas e protestos em todo o mundo, fosse em Paris, com diversas manifestações dos estudantes, ou no Rio de Janeiro, com a histórica Passeata dos Cem Mil.
Hoje, lamentavelmente, a juventude é um reflexo da mediocridade, conduzida pela banalização midiática. Trata-se de um conformismo e incapacidade de exigir pequenas melhorias e mudanças que estão ao seu redor.
Toda a simbologia atribuída ao “21” foi reduzida a pó. Nos dias atuais, ele nem mesmo serve como idade mínima para “se” fazer uma tatuagem ou tirar a almejada carta de habilitação.
Oh, admirável juventude, representada pelo épico e transversal 21, rejeite esse contraste amedrontador. É incrivelmente extenso e rápido o acesso à informação. Não há razões cabíveis para “justificar” a omissão “injustificável”.
O saudosismo 21 não vivenciado, até certo ponto, pode ser considerado utópico e errôneo, principalmente por quem, de fato, o presenciou. Entretanto, meu estado de espírito atual permite que eu veja apenas seus aspectos unilaterais, ou seja, positivos.
Enquanto acreditar que o ano de 68 exibia com veemência o significado de ter 21 anos, continuarei a lamentar por não ter nascido em 47 e, conseqüentemente, fazer parte de uma geração consciente. Esse sentimento, portanto, insistirá em tomar conta de mim. Cabe aos demais despertá-lo também. Quem sabe assim, vestígios simplórios daquela época possam ressurgir, externando assim o valor do jovem.