30 de julho de 2010

Por si só... acho que se foi

Eu estava sempre presente. Dava beijos, fazia carinhos, até cafuné.
Visitava, cultivava com minha outra mão.

Agora, só me resta recitar Leminski

"Eis que nasce completo
e, ao morrer, morre germe,
o desejo, analfabeto,
de saber como reger-me
ah, saber como me ajeito
para que eu seja quem fui,
eis o que nasce perfeito
e, ao crescer, diminui."

15 de maio de 2010

www.oquê?

Essa reportagem da Folha On Line, de 14 de maio de 2010, mostra claramente o avanço da tecnologia no mundo e o uso constante da internet como ferramenta indispensável para todas as áreas.

Endereços de internet estão se esgotando, diz presidente da Icann

da Reuters, em Moscou

O mundo logo esgotará o número de endereços de internet disponíveis, por conta da explosão no número de aparelhos conectados com a web, a menos que as organizações adotem uma nova versão do Internet Protocol, declarou o presidente da organização que aloca os endereços IP.
Rod Beckstrom, o presidente da Icann, disse que apenas 8% a 9% dos endereços ipv4 ainda estão disponíveis, e que as companhias precisam adotar o novo padrão ipv6 o mais rápido possível.

"Estão se esgotando", declarou em entrevista. "A mudança realmente precisa ser realizada; estamos chegando ao final de um recurso escasso."
O ipv4, usado desde que a internet se tornou pública, nos anos 80, foi criado com espaço para apenas alguns bilhões de endereços, enquanto a capacidade do ipv6 é da ordem dos trilhões.

Uma multiplicidade de aparelhos, entre os quais câmeras, players de música e consoles de games, estão se somando aos computadores e celulares na conexão à web, e cada um deles precisa de um endereço IP próprio.


Mundo logo esgotará o número de endereços de internet disponíveis, por conta da quantidade de aparelhos na web


Hans Vestberg, presidente-executivo da fabricante de equipamentos para telecomunicações Ericsson, previu no começo do ano que haveria 50 bilhões de aparelhos conectados, até 2020.

Beckstrom disse que "é uma grande tarefa administrativa e de operações de rede... mas terá de ser realizada, porque nós, seres humanos, estamos inventando tamanho número de aparelhos que usam a internet, agora."

Beckstrom estava em Moscou para a entrega formal do primeiro nome de domínio internacional em alfabeto cirílico para a Rússia. Em lugar do uso do domínio ".ru", expresso no alfabeto latino, as organizações russas agora poderão empregar seu equivalente em cirílico.

A Icann aprovou a introdução gradual de nomes de domínio internacionalizados no ano passado. Países podem solicitar nomes de domínio nacionais em outras formas de alfabeto, como o arábico ou o chinês, e isso no futuro será expandido para todos os nomes de domínio da internet.

Até o momento, Rússia, Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos obtiveram aprovação da Icann para usar seus alfabetos nacionais no domínio de primeiro nível, a parte do endereço que vem depois do ponto.

Extraído: http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u735135.shtml

2 de maio de 2010

Já, 26?


Eu me lembro, há cerca de uns 20 anos ou mais, de um berço grande e de dias em que eu acordava chorando por causa de um pesadelo. Alguns anos mais, esse berço virou uma caminha de solteiro, onde todas as tardes, ao chegar da escola, eu imaginava como seria meu futuro, minha vida adulta. A fixação do meu pai e o estímulo dele em me ensinar a jogar bola e admirar o jornalismo foram fatores decisivos na minha vida. Ele costumava dizer que me registrou somente com o sobrenome dele porque jornalista tinha apenas um nome e um sobrenome! Eu seria uma de muito sucesso. É pai, to caminhando pra isso!

Fez me apaixonar por tais coisas, enquanto me ensinava história e fazíamos palavras cruzadas juntos, desde os 4 anos, quando aprendi precocemente a escrever e lia notícias sobre o então presidente José Sarney, mesmo sem entender muita coisa. Quantos “boa noite” eu dei para o Chapelin e para o Cid! Anos mais tarde, meu interesse por política se acentuava.

Repleta de sonhos e fantasias, entre brinquedos e mimos do papai, ele me levava, duas vezes por semana, ao centro da cidade. Ali eu conhecia a linha vermelha do metrô, a azul, e passeava na zona norte. Conhecia também as barraquinhas de pastel da Liberdade, as pombas da Rua do Carmo, os itinerários de ônibus e toda a São Paulo por quem hoje devoto minha paixão.

Aos domingos, era a vez de mamãe me levar pro passeio na zona sul, na casa das 5 ou 6 tias que numeravam (e muito) a família, com seus filhos, netos, primos, parentes de todos os lados.
Alguns anos depois, lá vamos nós morar na zona sul, com uma delas!

Nesse decorrer de tempo, minha cabeça estava a mil, atordoada coma transição da infância para a adolescência. Sem um suporte direto, ficava sozinha todos os dias sozinha, quase uma autodidata, aprendendo na raça a me virar na escola e indo morar na periferia. Estava acostumada com outro mundo, com uma padaria perto e ensino de primeira. Foi um choque. Morar em Parelheiros fez com que as barreiras para o meu crescimento aumentassem, mas jamais enxerguei o impossível.

Difícil, fui me acostumando com este novo mundo que caiu no meu colo. Fui aprendendo que o respeito, a compreensão e a solidariedade deveriam acompanhar meus passos a todo o tempo. Os preconceitos foram retirados da minha cabeça, e me envolvi demais neste novo mundo. Foi quando surgiu o maior bem da minha vida, chamado Fabrício.

Fui mãe aos 16. Ali, amadureci instantaneamente. As responsabilidades se multiplicaram e, neste momento, entendi que meus desejos de alguns anos, somados ao aprendizado, teriam um impacto fulminante. Agora eu me deparava com o meu lar, uma vida afetiva frustrada, um menino que é até hoje a razão do meu viver. Eu me dividia entre aulas, término do ensino médio e começo de faculdade, emprego, ensinava aos outros o que tinha aprendido, ministrava aulas de informática, subia de cargo na empresa, responsabilidades, formação, faculdade de novo (agora sim jornalismo).... ufa, quanta coisa!

Separação, um novo amor, separação de novo, curtição, balada, correr atrás do que não vivi e vivi tardiamente, reconstrução de ideais, amigos, preconceitos quanto à opção sexual, coragem para assumí-la. Enfim, o mundo girava... Finalmente 26.
Acho que minha instabilidade emocional, típica de mulher, ficou mais ainda a flor da pele com esse histórico. Hoje vivo tudo de forma muito intensa. As alegrias são inigualáveis. As tristezas são de acabar o mundo.

Cada um que passou pelo meu caminho construiu comigo minha identidade. Fez-me crescer, amadurecer e aumentou meu empenho em viver. E é em meio às dificuldades que encontro as alegrias. Olho ao meu redor orgulhosa da profissão que escolhi. Choro e sorrio com a vida que eu levo, com os momentos de tristeza ou com a paixão absorvente que vivo. Paixão esta que passa por cima de vários princípios. Hoje consigo enxergar minha caminhada como recompensadora. Meu presente maior é saber que tenho ao meu lado pessoas que sempre estarão comigo, pois aprendi a selecioná-las e perceber o quanto me agregam e fazem parte do meu mundo.

Ainda estou caminhando para a construção desse universo, e para a realização destes sonhos. Ainda há muito a se fazer, e coisas demais a se aprender. Ainda preciso me regrar inclusive para manter uma regularidade neste blog.

Já, 26?

21 de abril de 2010

Educação falida


Recentemente tenho feito duras críticas ao ensino superior. Isso inclui o papel da instituição de ensino, do professor e do aluno. Neste círculo ultrapassado chamado “educação”, me desestimula o fato de ouvir discursos tão certeiros, utópicos e pragmáticos. Como se educar alguém fosse algo exato e linear.


Para ser sincero, acho que tudo isso é descartável em minha vida. Não preciso que um sistema educacional retroativo me diga o que devo ou não fazer para ser um profissional qualificado ao mercado ou um acadêmico de currículo invejável.


Tive ótimos professores nesses três anos de faculdade. Alguns, no sentido literal da palavra, já que grande parte deles ainda prega o esquerdismo como prática salvadora, me ensinaram o objetivo do ensino superior.


Ele, antes de mais nada, deve ser um espaço de discussão. O intuito é despertar o senso crítico dos alunos, aguçar a curiosidade e ampliar seus horizontes. Pensando assim, no estágio atual, isso não acontece mais. Trata-se de algo mecânico, alienado e conduzido pela unanimidade burra, como já dizia Nelson Rodrigues.


Fazendo uma limpeza em meu correio eletrônico, encontrei um texto que relata o nível da educação atual no Brasil. A meu ver, ele é perfeito. O texto, de autoria de um grande professor e amigo Domingos Zamagna, externa o papel do professor e fala da degradação educacional. Acho que não preciso dizer mais nada. O mestre, assim carinhosamente chamado por nós, tem embasamento de sobra para falar sobre isso.


Cenário da educação brasileira

Dentro de mais alguns dias os professores retornarão às salas de aula.
O reinício dos semestres nem sempre é tranquilo numa instituição educacional. Uma das razões de desconforto são as demissões feitas durante o período de férias, quando as escolas estão desmobilizadas.


Algumas instituições de educação aprimoraram-se, requintaram-se no processo de demissão. Aguardam até o último momento consentido pela legislação, deixam que os professores participem do planejamento do semestre, corrijam as provas, preencham e entreguem seus diários de classe e algumas horas depois, nem mesmo isso, às vezes ato contínuo, entregam-lhe o aviso de demissão. Outras expedem um telegrama, calculado para ser recebido quando o professor chegar em casa. Nenhum esclarecimento. Procurar o diretor? Obviamente ele já não está mais na instituição. Fica de plantão um preposto, para confirmar o fato, acrescentar que lamenta, quem sabe no futuro se reencontrarão, afinal o país passa por uma crise etc. Além disso, é de praxe dizer que nos questionários de revisão do semestre - sempre inacessíveis - o professor não foi bem avaliado. O(s) preposto(s) sabe(m) o que são os ossos do ofício, enquanto aguarda(m) a promoção. O script é surrado.


A dor causada por estes procedimentos é sempre profunda; mais intensa, porém, quando se trata de escolas confessionais, especialmente as católicas, que são as que conheço melhor. Se algumas são excelentes, outras ainda são anacrônicas ou persistem em alicerçar-se sobre paradigmas completamente falidos. É uma tristeza constatar que existem escolas que estão descuidando da educação para se tornarem casernas, arenas de práticas de competição e concentração de poder.


Antigamente, quando convencidos de ilícitos ou injustiças, estudantes e professores protestavam, cobravam explicações, faziam a direção expor a própria cara. Hoje eles são de tal modo intimidados, manipulados, inclusive por uma calculada política de bolsas de estudos e planos de carreira, que não se pode esperar nenhuma forma de solidariedade, sob pena de punição.
Isso ainda é pouco. Um professor não é somente um profissional do ensino. Cada vez mais frequentemente ele é solicitado a completar ou até mesmo suprir, em sala de aula, o dever inalienável da família, a educação. Pois nem sempre um adolescente ou um jovem tem uma família que o apoie.


Que esperanças um professor pode oferecer a uma juventude já tão castigada? Como incentivar adolescentes e jovens na vida de estudos, na busca da competência profissional, na assunção dos valores que farão dele um cidadão? Qualquer esforço do professor direcionado nessa linha encontrará em nosso país, atualmente, um desmentido prático. Os jovens que têm os olhos abertos deparam-se com um cenário alucinante. As pessoas que eles e seus pais ajudaram a eleger para nos representar no Parlamento estão dando o pior exemplo possível em matéria de incompetência, omissão, corrupção, nepotismo, empreguismo, fisiologismo, falsidade, absenteísmo, peculato, mentiras, roubos, lavagem de dinheiro, vaidade, ostentação, apego aos cargos, desperdício etc.


Até quando vamos conseguir sorver tanto espanto e decepção diante da fileira quotidiana de denúncias?


Se neste ano recomeçaremos o semestre com o pesado complicador de uma nova gripe mortífera, paira sobre nós também outro decepcionante e onipresente fardo, o péssimo exemplo dos mais altos graus da hierarquia da República, que nos últimos tempos se mostram cada vez mais dispostos a blindar aliados espúrios, ignorar as críticas construtivas, acobertar crimes, minimizar erros, aliar-se ao que há de mais decrépito na nação, desautorizar os esforços de implantação da ética na política.


Para o bem e a proteção dos estudantes, os professores precisam estar atentos para a assepsia contra o vírus da gripe A H1N1 nas escolas. Mas precisam impedir que entre na sala de aula, e banir para bem longe do processo educacional, um outro vírus devastador: o exemplo da podridão moral que vem de cima.

17 de abril de 2010

Provar o quê?



Mais uma semana de provas exaustivas no ensino superior, ou melhor, no 3°grau.

Para os acadêmicos de plantão, existe uma diferença gritante entre as duas definições.

Por isso, já que a descrença é o único adjetivo capaz de me confortar nos momentos de pura desilusão e vontade de jogar tudo para o alto, escolho o 3°grau para deixar o texto esteticamente mais atraente.

Novembro, Primavera de 2007:

Professor:

- Prova para mim não prova absolutamente nada. Levem esse pedaço de papel e escrevam conscientemente o que acharem necessário. Quero que desenvolvam um raciocínio crítico, que ampliem seus horizontes. Esse é nosso objetivo aqui. Agregar conhecimento e estimulá-los!

3°grau:

- Olha, professor, não é bem isso que queremos aqui. De alguma forma, eles precisam ser avaliados. Espero que entenda nossa posição. Alguns reclamaram de sua postura.

Professor:

- ALIENAÇÃO ACADÊMICA! É ISSO QUE VOCÊS QUEREM E PRETENDEM. É ESTE O TIPO DE EDUCAÇÃO QUE ALMEJAM?

3°grau:

- Não, professor. Acho que você não entendeu...

Professor:

- Entendi muito bem. O recado já foi dado e a semente já foi plantada. Vamos ver quanto tempo ela demora para desabrochar.

Abril, Outono de 2010:

Professor:

- Pessoal, é fácil. Vamos lá, um texto para tv, outro para rádio. Priorizem a informação mais importante.

Aluno 1:

- Nossa, isso é muito difícil. Não consigo.

Aluno 2:

- Ah, é fácil, vai. Quer uma ajuda ai, amigão?

Aluno 3:

- Não, ela já brotou.

Aluno 1:

- Brotou o quê?

Aluno 2:

- Não entendi.

Aluno 3:

- A consiciência.

9 de abril de 2010

Só mais uma história de amor...


Digamos que não tenha sido amor à primeira vista ou algo milimetricamente planejado. Foi, sim, despretensioso, oportuno. Talvez por isso a relação fosse tão calorosa.

Até então, não almejava mais se apaixonar. Achava que as coisas aconteceriam não porque queria, mas porque tinham de acontecer.

Habilidoso com a escrita, as palavras fluíam naturalmente, sem sequer fazer esforço. Foi daí, portanto, que passaram a se conhecer melhor. Ainda assim, aquilo era apenas uma característica comum. Obstáculos intransponíveis surgiam em sua mente e o impediam de continuar.

Acordava durante a noite e pensava sobre o assunto. Seria essa a melhor opção? Os problemas eram gigantescos e a cobrança exaustiva sobrecarregava seus ombros.
Mesmo assim, decidiu assumir o relacionamento. Afinal, aquela poderia ser a chance da sua vida.

No começo, tudo beirava à perfeição. Os dois caminhavam juntos em direção ao estrelato. Eram companheiros diários: manhãs, tardes e noites.
Ele queria ajudar, contribuir de alguma forma para que a sociedade fosse mais justa, mais igual. Via aquela relação como a única ferramenta palpável capaz de fazer isso.

Com o tempo, entretanto, percebeu o árduo trabalho que tinha em mãos. Surgiram as primeiras decepções. Seu companheiro passou a ser usado por alguns para alavancar valores individualistas.

Não podia cobrar nada. Afinal, por mais que tivessem escolhido um ao outro, seu parceiro era fielmente ligado à literatura e tinha relações com nomes de peso que ele mesmo admirava.

Sem o mesmo entusiasmo de antes, continuou. Os golpes traziam a ele dores incalculáveis. Alguns, inclusive, maltratavam sua companhia mais perfeita. Feriam o direito à liberdade de expressão. Confundiam livre-arbítrio com adjetivação barata. Falavam sem pensar e redigiam sem entender.

Não, não suportava mais aquilo. Como todo relacionamento tem seus altos e baixos, às vezes, via coisas incríveis que o faziam mudar de ideia e raciocinar.

Foi então que, numa bela manhã de outono, decidiu agir. Pegou um pedaço de papel, um lápis e, carinhosamente, anotou palavra por palavra, letra por letra. Sabia que poderia ser uma decisão irrevogável ou desistir e tentar mais uma vez. Mesmo sabendo que não seria lido, que ninguém daria atenção ou compreenderia, escreveu:

“Não é segredo para ninguém que estamos em crise. Eu tentei gostar de você e ver as coisas de outra forma. Aliás, eu gostei de você. Mas tais circunstâncias não permitiram que esse sentimento crescesse. Vou embora, e quem sabe um dia volte. Obrigado por ter me trazido um conhecimento tão abrangente e variado. Hoje, 7 de abril, dia do jornalista, eu me despeço de você e todos os seus casos. Adeus, meu querido e belo jornalismo."

E foi embora meio sem rumo. Ninguém nunca soube se ele retornou ou não. Mas uma coisa era certa: seu amor por ele nunca acabou.

20 de fevereiro de 2010

O armário

Anos se passaram, até decidir que meus sentimentos mais genuínos seriam guardados no armário do quarto, não no coração.

O coração, como qualquer outro órgão do corpo humano, falha. Às vezes, ele bate de forma acelerada, outras, ameaça parar repentinamente. Dois são os culpados por essa troca, a princípio, material e pouco humanizada: as dores pungentes e as alegrias incontidas.

Quando me dei conta da fragilidade do lado esquerdo do peito, decidi enfiar todas as lembranças da minha vida naquele objeto, aparentemente, obsoleto e que, cedo ou tarde, não estaria ali.

Simples assim. Cartas, bilhetes, óculos, bichos de pelúcia, brinquedos: tudo que me trazia felicidade, dor, saudade e tristeza. Não queria mais nada, só um coração novo. Transferi tudo que o atormentava compulsivamente para um lugar de fácil acesso, porém, trancado a sete chaves.

Sem hesitar, coloquei toda a emotividade em cada um dos itens. Determinei, entretanto, que não abriria aquela porta até ter convicção de que necessitava de energias para seguir em frente.

13 de fevereiro de 2010

Seria isso relevante?



Talvez nem saiba por onde começar esse post. Despois de tanto tempo, resolvi voltar a escrever ou melhor, desabafar. Para mim, externar meus pensamentos com letras em um singelo pedaço de papel sempre foi o remédio mais eficaz para a doença da alma que, às vezes, toma conta de mim.

Poderia abordar diversos assuntos que me deixaram feliz nos últimos tempos: A prisão de Arruda, meus amigos, o reconhecimento no trabalho ou a supremacia corintiana.

Contudo, aspectos negativos também surgiram na mesma proporção.
Decedi, então, falar de coisas despercebidas e intrigantes, que assolam minha mente:

- Todos os anos me esforço continuadamente para não me esquecer da escola de samba vencedora do Carnaval de São Paulo. Digamos que não tenha qualquer tipo de afinidade com a data, mas lembrar-se da campeã é algo que tento com todas as minhas forças, e nunca obtenho resultados satisfatórios. Seria isso relevante? Para um louco, sim;

- Quando termina o horário de verão, sempre penso a mesma coisa: A que horas escurece? Quando estiver indo para a faculdade estará claro? E quando voltar? Para quem tem problemas relativos a tempo e espaço, é realmente um problema. Seria isso relevante? Para um louco, sim;

- Em Agosto faz frio ou calor? Em novembro chove tanto assim? É incrível como sou capaz de decorar teorias de Marx, Lenin e Stalin em minutos, mas não consigo entender aspectos sazonais referentes aos meses. Seria isso relevante? Para um louco, sim.

- O Dia das Mães é em março ou em maio? Sempre me esqueço disso. Tenho o dom de perguntar anualmente para todos, inclusive para ela. Seria isso relevante? Para um louco, sim;
- Acho melhor parar por aqui.

25 de janeiro de 2010

6 de janeiro de 2010

Retórica jornalística


Nunca fui muito fã da arte sofista denominada retórica. Sempre dei mais valor às palavras simples, precisas e diretas. Tem até o um professor nosso que costuma dizer que a boa comunicação é aquela entendida por todos: o médico, o advogado, o adolescente e o gari.

É justamente aí que gostaria de chegar. No último dia 31/12, nosso caro amigo Boris Casoy resolveu quebrar os padrões retóricos e, categoricamente, ao se deparar com dois garis desejando feliz ano novo no Jornal da Band, disse: "...Que merda, dois lixeiros desejando felicidades. Do alto de suas vassouras. Dois lixeiros, o mais alto na escala de trabalho..." Claro que ele não sabia que o áudio ainda estava ligado.

Pois é, a vida é mesmo ingrata. Quando Boris tenta abandonar seu discurso retórico repleto da argumentação vazia e barata para ser compreendido, ele age dessa forma? Realmente, uma lição de vida.

Primeiramente, é necessário afirmar que Boris utiliza frases de efeito para externar seus pensamentos direitistas e pouco convincentes. Não há qualquer sustentação em suas palavras, seja na política, na economia, ou até na coluna social. O mesmo vale para seu irmão Arnaldo Jabor. Falar muito e "bonitamente" não significa dizer alguma coisa. Caso queira absorver frases de efeito, procuro Carlos Drummond de Andrade e Mário Quintana. Ambos são capazes de me confortar.

O feito cometido por Casoy, todavia, não é uma gafe do jornalismo, e sim humana. Um comentário infeliz e impreciso de quem se esconde atrás da retórica pseudo intelectual.
Fazer com que os mais pobres e desprovidos cognitivamente o admirem: essa é sua tática.
Talvez agora que a máscara caiu, meu pensamento possa finalmente ser compartilhado: Boris Casoy e Arnaldo Jabor não me manipulam. Os garis que o digam

Confira na íntegra:




1 de janeiro de 2010

Mais um ano se vai...

... e a gente fica!

Ficamos mais velhos, aprendemos com as experiências (ou não)...
Conquistamos pessoas... Re-conhecemos amigos...
Ah, e todo aquele blá, blá, blá de começo de ano!!!


Felicidade é um bem subjetivo, já diria um amigo meu... então, conquiste a sua.

Pra brindar o ano, segue Paulo Freire, grande educador que me inspira por suas ações. Esta, vem de sua pedagogia da autonomia:

"Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele. Está é a diferença profunda entre o ser condicionado e o ser determinado."

E mais um Paulo da minha vida, o Leminski, que me inspira por sua simplicidade na poesia, tão tocante, nos diria o seguinte, em relação ao novo ano:

"No fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela - silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso,
maldito seja quem olhar pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas."

E mais uma história se inicia hoje. Que a simplicidade, a perseverança e a vontade de crescer, de mudar e de contornar a família problema sejam maiores que as decepções ou mágoas, e que o bem subjetivo chamado felicidade esteja com você. Um novo começo.
As duas mãos (uma minha, outra do John, rs) vem através deste post desejar a você um feliz ano novo. Que em 2010 possamos continuar juntos.